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Titular da SSP-BA: ‘não suporto drogas, mas tem que regulamentar o comércio’

O secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, voltou a dizer que é a favor da regulamentação do comércio de drogas, segundo ele, como uma estratégia de combate ao narcotráfico e o crime organizado. As declarações foram dadas durante nesta terça-feira (14), durante uma entrevista para falar da violência contra policiais militares na Bahia.

Antes da defesa, o titular da SSP-BA fez questão de enfatizar que “não suporta drogas”, mas considerou que a política de guerra adotada no Brasil contra o tráfico é falida e, segundo ele, coloca em risco os próprios PMs, ao exemplificar a situação que vitimou o tenente da Rondesp Mateus Grec, morto numa operação contra traficantes em Cosme de Farias, domingo passado.

Eu acho que isso [guerra às drogas] não funciona, apenas minimiza, mas não é a solução. Solução é a sociedade acabar com essa hipocrisia e discutir a regulação. Eu não sou a favor do consumo, eu não suporto droga. Mas só vamos ter um combate efetivo quando você regularizar o comércio e fazer propagandas para incentivar as pessoas a não consumirem droga, como ocorreu com o cigarro. Essa é a política ideal”, analisou.

Para corroborar com sua posição, o titular apresentou um dado de que, nos anos 1980, 30% da população brasileira fumava cigarro. Atualmente, este número caiu para 10%.

“Hoje, as pessoas têm vergonha de fumar. Hoje, fumar é brega e cafona. Isso tem que ser passado para o consumidor de droga, que ele é rídiculo e babaca por estar financiando o crime”, afirmou o secretário.

“Esse é um debate sério, uma questão de saúde e segurança pública. Se você regular e tributar a droga, primeiro você quebra as pernas do crime organizado, que não vai mais precisar matar para conquistar novos territórios. E com o dinheiro arrecadado com impostos, você constrói hospitais para recuperar usuários e faz propagandas contra o uso”, sugeriu.

Ainda de acordo com Mandarino, o caso de Portugal, que regularizou a venda, é um bom exemplo. Segundo ele, entre os lusitanos, 10% dos jovens fumam maconha; e na França, onde é proibido, esse número salta para 20%.

“Se não regular, seguiremos reféns do tráfico de drogas”, afirmou Ricardo Mandarino, apontando que 80% dos homicídios têm relação com o tráfico.

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