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Jogadoras não aceitam a possibilidade de o Comitê Olímpico ou a CBF as vacinarem antes do povo. Postura firme, pública.
Empresas bilionárias fazem lobby pelo direito de comprarem vacinas contra a covid-19.
E aplicá-las em seus funcionários.
Cortando a fila por idade, definida pelos governos estaduais.
Em compensação, o mesmo número de vacinas reservadas aos funcionários precisará ser doado ao Sistema Único de Saúde, para imunizar a população.
A Câmara de Deputados já aprovou o projeto.
Mas há a necessidade de análise da liberação do Senado.
Se aprovada, a sanção presidencial é obrigatória.
Entre as empresas bilionárias, com esse poder, há a CBF.
Em 2019, a entidade chegou a mais de R$ 1,3 bilhão.
O plano do presidente Rogério Caboclo é vacinar não só os funcionários da entidade.
Mas todos os jogadores e jogadores das seleções para que o Brasil possa disputar torneios e amistosos sem problemas.
Esse também é o interesse do Comitê Olímpico, para garantir a disputa dos Jogos em Tóquio.
Só que nem Caboclo, nem a cúpula do Comitê Olímpico esperavam tanta dignidade por parte das jogadoras da seleção brasileira feminina de futebol.
Elas não aceitam serem vacinadas, desrespeitando a prioridade: as pessoas idosas.
Ficaram revoltadas com a possibilidade de furar a fila, graças ao dinheiro da CBF, ou da ganância do Comitê Olímpico.
“Acho que a maioria das atletas gostaria de tomar a vacina, para ter essa segurança, mas é uma coisa que, hoje, tem que ser dada prioridade para quem precisa mais e corre mais risco. Concordo com a Andressa. Não é por sermos atletas que devemos ter privilégio.”
“Tem que pensar mais na população em geral. A gente vai se cuidar. Há várias maneiras para chegarmos lá”, disse a zagueira Rafaelle, do Changchun Yatai, em entrevista coletiva, ontem.