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De acordo com a pesquisa, 55,2% dos domicílios brasileiros sofreram com algum nível de insegurança alimentar no ano passado.
No ano passado, 19 milhões de pessoas foram atingidas pela fome. Logo após a redução do auxílio emergencial em 2020, uma pesquisa apontou que que mais de 116,8 milhões de brasileiros conviveram com algum grau de insegurança alimentar, representando 55,2% dos domicílios do país.
Os dados são do estudo conduzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com apoio do Instituto Ibirapitanga em parceria com a ActionAid Brasil, da Fundação Friedrich Ebert Stiftung e da Oxfam Brasil.
A pesquisa foi realizada com 2.180 pessoas, em todas as regiões do Brasil, no período de 5 a 24 de dezembro. As amostras coletadas foram dos três meses anteriores e demostrou que 9% da população viveram a insegurança alimentar grave, o que significa que passaram fome.
A diminuição do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e de R$ 1.200 para R$ 600 (no caso de mãe solo) impactou bastante nos dados coletados. Em 2021, o benefício sofreu novo reajuste. Para pessoas que moram sozinhos, o valor será de R$ 150; e para famílias chefiadas por mulheres, R$375. A nova leva deve ser paga nos próximos dias.
O governo também foi mais seletivo na escolha dos beneficiários. A médica epidemiologista e pesquisadora da Rede Penssan Ana Maria Segall destacou que “a diminuição do auxílio emergencial e a falta de clareza sobre quem irá, de fato, recebê-lo, o país deve persistir num grave quadro de insegurança alimentar.”
“A forma com que os governos vêm lidando com as crises econômica e política dos últimos anos, sobreposta à pandemia da Covid-19, geraram impactos negativos profundos no direito humano à alimentação adequada e saudável do povo brasileiro”, completou.