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O médico Drauzio Varella e a TV Globo foram condenados a pagar R$ 150 mil por danos morais depois de entrevista com a presidária Suzy Oliveira. A matéria, exibida em março de 2020 no Fantástico, falava sobre a situação das presidiárias transgênero detidas em presídios masculinos.
A ação foi movida pelo pai de um menino de 9 anos, assassinado por Suzy Oliveira, segundo a Justiça. De aordo com o portal Poder 360, ele moveu a ação de danos morais contra o médico e a emissora alegando que teve que reviver a dor da perda, enquanto a acusada era acolhida pela reportagem.
decisão judicial de 1ª instância é da juíza Regina de Oliveira Marques, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para a magistrada, a equipe foi negligente por não ter tido “o discernimento de procurar conhecer os crimes cometidos por seus entrevistados”. A magistrada também afirmou que a repercussão da reportagem causou “desassossego do autor e situação aflitiva com implicação psíquica”.
“Qualquer expectador foi induzido erroneamente a acreditar que os entrevistados seriam meras vítimas sociais”, completou a juíza.
Na época da reportagem, tanto Drauzio Varela quanto a rede Globo passaram a receber diversos ataques, incluindo do presidente Bolsonaro, que afirmou que a emissora tratou “um criminoso como vítima”. “Enquanto a Globo tratava um criminoso como vítima, omitia os crimes por ele praticados: estupro e assassinato de uma criança”, disse.
O médico se defendeu e destacou que é “médico, não juiz“. “Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada, não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”.