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O Brasil registrou durante todo o mês de julho em 2021 33.660 mortes pela Covid-19, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país.
Apesar de certa queda em relação aos últimos meses, o número já é maior do que o de julho de 2020 – pior mês da pandemia no ano passado –, que teve 32.912 mortes.
Na média móvel, as mortes no país vinham em tendência de queda até o dia 22. Desde o dia 23, entretanto, vêm mostrando estabilidade.
O número de mortes visto neste mês é, até agora – considerando apenas os dados parciais –, 39% menor do que o de mortes em junho.
Considerando a comparação com abril, a queda nas mortes é, até agora – de novo com levantamento parcial – de 59%. Abril foi o pior mês da pandemia no Brasil.
Especialistas fazem alerta
Para a epidemiologista Lucia Pellanda, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a queda nas mortes é um efeito positivo da vacinação – como outros especialistas já haviam apontado no início do mês – mas a reabertura e a retomada de atividades ainda estão sendo feitas antes da hora.
“Essa parece uma lição muito explícita que o vírus quer nos ensinar e a gente se recusa a aprender – a gente sempre flexibiliza antes da hora. Tanto no Brasil quanto globalmente. O grande risco é que, quando começa a melhorar, a gente começa a liberar tudo antes da hora. Todas as vezes aconteceu isso: cada descenso de pico a gente liberou antes da hora e acabou ficando num patamar alto”, alerta.
Ela lembra que, nos países ricos – onde não há falta de vacinas, como no Brasil, e a cobertura vacinal é maior – para a pesquisadora, o que há agora é uma “epidemia dos não vacinados”. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Centro de Controle de Doenças (CDC) voltou a recomendar o uso de máscaras.
Média móvel
A média móvel das mortes no Brasil vinha apresentando queda até o dia 22 em relação aos 14 dias anteriores. Desde o dia 23, parou de cair e vem apresentando estabilidade. Mas o que significa isso?
A média móvel de um determinado período é calculada do mesmo jeito que a média, mas muda a cada dia conforme o valor daquele dia é considerado no cálculo.
Por exemplo: de 21 a 27 de julho, o Brasil registrou as seguintes quantidades diárias de mortes por Covid-19:
21/07: 1.388
22/07: 1.444
23/07: 1.286
24/07: 1.080
25/07: 499
26/07: 587
27/07: 1.320
Se essas quantidades forem somadas (7.604 mortes ao todo) e divididas pela quantidade de dias (7), chega-se a uma média móvel de cerca de 1.086 mortes diárias no dia 27 de julho em relação às duas semanas anteriores.
Ao comparar a média móvel do dia 27 com a do dia 14 (14 dias antes), a diferença entre elas é de cerca de 15% – esse número é considerado uma estabilidade no número de mortes.
A média móvel serve para contrabalançar números muito diferentes de mortes registradas em fins de semana e feriados, por exemplo – quando tende a haver atraso nas notificações por causa do plantão das equipes de saúde.
Metodologia
O consórcio de veículos de imprensa começou o levantamento conjunto no início de junho de 2020. Por isso, os dados mensais de fevereiro a maio do ano passado são de levantamentos exclusivos do G1. A fonte de ambos os monitoramentos, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde.
Um ponto importante é que o consórcio monitora a data de registro das mortes, e não o dia em que elas ocorreram. Isso significa que mortes registradas em julho – principalmente no início do mês – podem ter ocorrido , na verdade, em junho, e assim sucessivamente.
Outra observação sobre os dados é que, em 28 de julho de 2020, o Ministério da Saúde mudou a metodologia de identificação dos casos de Covid e passou a permitir que diagnósticos por imagem (tomografia) fossem notificados. Também ampliou as definições de casos clínicos (aqueles identificados apenas na consulta médica) e incluiu mais possibilidades de testes de Covid.