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Essa é uma daquelas histórias que poderiam ter terminado em uma tragédia. O avião do deputado federal Paulo Magalhães (PSD-BA) sofreu uma pane seca em um dos dois motores entre o trajeto de Itapetinga, no Sudoeste do estado, e Salvador – são 576 km de distância. O incidente foi causado por falta de combustível, já que 200 litros foram furtados e o piloto só percebeu a situação no ar, 40 minutos depois de ter decolado.
O parlamentar não estava na aeronave, um bimotor modelo Beechcraft Baron, inscrito na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sob registro PT-OOJ. O piloto, apesar do susto, pousou em segurança. Paulo Magalhães esteve em Itapetinga na segunda-feira (12) para participar de um evento com outros políticos, empresários e secretários do governo estadual, mas retornou de carona para Salvador em outra aeronave, no mesmo dia.
O piloto, no entanto, pernoitou no município. Foi justamente durante a madrugada que o vigilante do aeroporto, acompanhado de um comparsa, furtou o combustível, segundo relatou o delegado Antônio Roberto Gomes Silva Junior. Os homens foram presos nesta quinta-feira (15) pela equipe da 21ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia de Interior), após o piloto da aeronave comunicar o furto.
“Logo depois da queixa do piloto, primeiro, fizemos uma busca nas instalações do aeroporto. Depois, fomos à casa do vigilante buscá-lo para nos ajudar. Ele começou a ficar nervoso com as perguntas, até que confessou o crime”, afirmou o delegado à reportagem da Folha de S.Paulo. O vigilante mostrou aos policiais a forma como o combustível era retirado da aeronave. “Ele disse que abriu o portão do aeroporto para o comparsa, que estava precisando de dinheiro, entrar com um carro”, descreveu.
De acordo com o delegado, após o furto vir a público, outros pilotos e proprietários também relataram suspeitas de subtração, em menor escala, de outras aeronaves. “Como foi em menores quantidades, não deram por falta, até que o caso veio à tona”, afirmou o delegado.
Segundo as especificações do fabricante, o modelo da aeronave armazena até 734 litros. “Se não fosse a capacidade de armazenamento, poderia ter acontecido uma tragédia”, disse o delegado. Os suspeitos foram ouvidos na delegacia local e liberados, como prevê a legislação penal brasileira, pois o tempo da prisão em flagrante havia expirado. A reportagem tentou contato com o deputado, mas ele não atendeu às ligações.